quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Recebi, há pouco, um email muito especial de uns amigos americanos que moram em Baton Rouge, Louisiana. Conheci Rich há alguns anos por motivos profissionais, mas, por razões que não nos cabe entender ou explicar, nos tornamos amigos. Uma amizade serena, com troca de alguns emails ao ano, sem muita conversa jogada fora ou grandes efusividades. O tempo foi trazendo para perto de mim sua mulher Denese, seus filhos, sogra, e, mais recentemente, Kellan - uma linda criança, neto de Rich e Denese, que vem a ser half American and half Korean, como gostam de enfatizar.

Todos os anos, pela ocasião do Natal, Rich e Denese enviam a seus amigos e família uma longa carta contando, resumidamente, como passaram o ano: as conquistas - deles e dos filhos -, os percalços, as novidades... Ah, claro, com pitadas de humor e com fotos, muitas fotos. Todos os anos, também, me pego lendo a mensagem com um nó na garganta e lágrimas nos olhos.

A vida que Rich e Denese me contam é cotidiana, de acontecimentos corriqueiros, como um aniversário, um mal-estar, a nota de uma prova ou uma viagem de fim-de-semana; enfim, aquela vida que a maioria das pessoas não gastaria parágrafos e parágrafos só para manter os outros informados - aliás, tenho a impressão que mal e mal escreveriam uma notinha de rodapé.

Parei para pensar por uns instantes por que sempre me emociono quando recebo a tradicional carta/ email de Rich e Denese. Me dei conta de que minhas lágrimas não são lágrimas bobas - bem próprias desta época de festas de fim-de-ano. Não. São, sim, lágrimas de gratidão. Sou grata por ser escolhida a compartilhar, com eles, a vida.

Nas palavras de Vinícius de Morais, em Poema de Natal*:

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

* Poema extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 147.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Cibercrime está cada vez mais sofisticado, diz estudo.

A Cisco Systems divulgou nesta segunda-feira um relatório que identifica as principais ameaças de segurança na Internet do ano. Segundo a análise, ataques pela web estão se tornando cada vez mais sofisticados e especializados, com estratégias elaboradas para o roubo de dados, em uma economia de cibercrime cada vez mais inteligente.

Segundo o Relatório de Segurança Anual Cisco 2008, os invasores exploram falhas tecnológicas e humanas. Os ataques se espalham mais rapidamente e são cada vez mais difíceis de detectar. O número geral de vulnerabilidades cresceu 11,5% em relação a 2007. O estudo da Cisco também observou um crescimento de 90% de ameaças com origem em domínios legítimos, quase o dobro do que no ano anterior.

O volume de spam vem aumentando com grande rapidez e seu volume hoje passa de 200 bilhões de mensagens diárias em todo o mundo - aproximadamente 90% do volume total de mensagens. Por outro lado, o volume de malware disseminado por e-mail está diminuindo. Ao longo dos últimos dois anos, os ataques baseados em anexos de e-mail caíram 50% em relação a 2005 e 2006.

Os pesquisadores identificaram também as principais tendências na área de segurança online. Ameaças internas em empresas podem acontecer por meio de funcionários descuidados, que devem ser orientados para agir dentro de normas de segurança. A perda de dados, por falta de cuidado ou invasão hacker, é apontado como um problema crescente. Outro grande desafio para os profissionais de segurança na rede será a tendência do "cloud computing" e o uso de ferramentas baseadas na web.

As recomendações do relatório para que o usuário se proteja desses ataques são, principalmente, atualização constante de aplicativos e equipamento de rede. "As organizações podem reduzir seu risco de perda de dados através do ajuste fino de controles de acesso e a correção de vulnerabilidades conhecidas, eliminando a capacidade de criminosos em explorar falhas nas infra-estruturas", aconselha Ghassan Dreibi Jr, da Cisco do Brasil.

Redação Terra
Leia esta notícia no original em:Terra - Tecnologia http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3393955-EI4805,00.html

sábado, 13 de dezembro de 2008

Revistas antigas podem ser consultadas na web

Em seu esforço para oferecer ao usuário mais conteúdo fora da rede, o Google anunciou hoje que publicará mais de um milhão de artigos de edições passadas de revistas, que poderão ser acessadas através do Google Book Search.

Os artigos de publicações americanas como "New York Magazine", "Popular Mechanics" ou "Popular Science" estão disponíveis só no serviço para buscar textos de livros, mas o Google espera poder oferecê-los no futuro dentro de seu site de buscas geral.

O serviço faz parte de um acordo entre o Google e dúzias de editoras que decidiram abrir seus arquivos site de buscas em troca de parte da receita pela publicidade que o buscador insere junto aos artigos.


Além de cópias digitais de algumas das principais bibliotecas do mundo e, agora, artigos de edições passadas de revistas, o Google oferece também há algumas semanas parte dos arquivos fotográficos da revista "Life Magazine".

Trata-se de dez milhões de fotografias que documentam os momentos-chave da história do século XX e que podem ser acessadas através do serviço de busca de imagens Google Image Search.

EFE
Leia esta notícia no original em:Terra - Tecnologia http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3385492-EI4802,00.html

Mundo online vende US$ 1 milhão ao mês em produtos virtuais

Até o momento, a recessão crescente não desacelerou as vendas de produtos virtuais, o que os executivos atribuem ao fato das pessoas passarem mais tempo em casa. O Gaia Online, mundo juvenil com sete milhões de visitantes por mês, vende mais de US$ 1 milhão em produtos virtuais mensalmente e espera um recorde de vendas em dezembro, disse o chefe-executivo da empresa, Craig Sherman. Um de seus concorrentes, o IMVU, também tem tido aumento de 15 a 20% nas vendas desde setembro.

Quer andar com os sapatos de camurça azul de Elvis Presley? Custa 50 centavos de dólar. Em uma economia em crise, um adolescente ou jovem de 20 anos poderia se dar esse luxo num mundo virtual como o Gaia Online, que vende uma série de acessórios digitais com o estilo da lenda do rock, incluindo seus sapatos de camurça azul, seu macacão branco com brilhantes (US$ 4) e seu topete (US$ 1,50).

Os mais jovens não familiarizados com Elvis podem preferir desembolsar US$ 2 pelo chapéu inconfundível de Justin Timberlake, ou US$ 3 pelos dois dobermans de Snoop Dogg para aumentar o coeficiente "descolado" de seus personagens, conhecidos como avatares.

Essa é a premissa por trás da Virtual Greats, uma empresa iniciante de Huntington Beach, Califórnia, que representa celebridades e grifes no florescente negócio americano de produtos virtuais. A empresa de um ano de idade atua como corretora entre Hollywood e os tecnólogos que administram mundos virtuais como Gaia, Whyville e WeeWorld, orientados ao público jovem.

O Facebook, rede social líder do setor, permite que os membros gastem dinheiro de verdade com o envio de presentes virtuais, e tem parcerias com corporações como Ben & Jerry's Homemade, que distribuiu 500 mil casquinhas de sorvete virtuais em abril como parte da promoção Dia da Casquinha Gratuita nas lojas.


Os consumidores estão apertando os cintos, mas ainda desejam se expressar e socializar com os colegas, dizem os executivos do setor. Produtos virtuais, como o Chihuahua de Paris Hilton ou a jaqueta de Timberlake, são uma maneira barata de chamar atenção.

"As pessoas pensam que estão sacrificando outras áreas e por isso se dão o luxo de gastar um dólar aqui," disse Charlene Li, analista de mídia social que já trabalhou para a Forrester Research. "Vale a pena? Depende delas."

Segundo a maioria das estimativas, os consumidores gastaram cerca de US$ 1,5 bilhão por ano em produtos virtuais ao redor do mundo. Tencent Holdings, uma empresa de capital aberto de mídia de Internet, com sede na China, é a líder do setor, com centenas de milhões em receita anual de produtos virtuais em jogos online e outros aplicativos. Empresas de Internet nos Estados Unidos estão ficando para trás.

Para as celebridades, o licenciamento de produtos virtuais é uma maneira nova de ganhar dinheiro e manter a popularidade entre o público jovem. A empresária de Snoop Dogg, Constance Schwartz, disse que não tinha idéia do que eram mundos virtuais quando a Virtual Greats a abordou neste ano, pedindo para que ela e sua equipe passassem uma semana explorando o Gaia Online.

Após ver tantos adolescentes gastando seu tempo e suas mesadas online, Schwartz explicou o conceito a Snoop Dogg. Ela disse que os produtos venderiam facilmente, pois Snoop Dogg havia sido um dos primeiros rappers a licenciar seu trabalho para toques de celular. A única exigência do cantor foi a de que todos os produtos fossem "fiéis a ele", das tranças de cabelo e pantufas caseiras aos pratos de frango e waffles do restaurante Roscoe, que ele freqüenta regularmente em Los Angeles.

Para a Elvis Presley Enterprises, os produtos virtuais são apenas mais uma gota no oceano - 250 empresas licenciadas ao redor do mundo vendem 5 mil produtos e promoções de Elvis, incluindo bonecos falantes, porta-balas e uma página do Facebook. "Elvis está em toda parte," disse Kevin Kern, porta-voz da empresa, que controla o nome, imagem e artigos relacionados à estrela do rock. "Por que não nos mundos virtuais?"

A Virtual Greats atrai parceiros como Snoop Dogg e Elvis Presley porque faz o trabalho de campo que nenhuma das partes - o detentor de direitos autorais ou o operador do mundo virtual - deseja ou tem tempo de fazer. De um lado, a empresa entra em contato com celebridades e grifes, negocia licenças e agrega talento; do outro, une o mercado normalmente fragmentado dos mundos virtuais sedentos por fontes de receita.

Dan Jansen, ex-chefe de mídia global e prática de entretenimento do Boston Consulting Group, lançou a Virtual Greats em parceria com a Millions of Us, uma agência de marketing de Sausalito, Califórnia, que constrói mundos virtuais. As duas empresas compartilhavam a idéia de que os mundos virtuais necessitavam de fontes de receita diversificadas e não tinham presença no mercado de produtos de celebridades e grifes. O Omnicom Group, firma de marketing e propaganda, e o banco Allen & Company, investiram um valor não divulgado na Virtual Greats.

Produtos virtuais têm margens de lucro de 70 a 90% porque seus custos com estocagem, reprodução e distribuição são baixos. Contudo, para lucrar é preciso um grande volume de vendas. No ano que vem, a Virtual Greats espera representar 30 mundos virtuais e mais de 50 artistas.

A empresa negocia o licenciamento de personagens como Ferris Bueller com um estúdio cinematográfico e os direitos sobre camisetas de times com ligas esportivas. Grifes de luxo como Gucci, Prada e Chanel também estão sendo abordadas para terem seus produtos representados online.

Um desafio para a Virtual Greats e seus parceiros é criar legitimidade para grifes online e ao mesmo tempo assegurar que a oferta dos produtos não seja excessivamente ampla. Sherman disse que o Gaia usa "formas de raridade forçada" ou edições limitadas dos itens. Com o tempo, esses itens podem comandar um nicho especial no mercado secundário, em que os membros comercializam seus produtos com moeda virtual. Por exemplo, uma auréola dourada do Gaia que não é mais produzida foi vendida por US$6 mil no eBay, ele disse.

De forma similar, a Virtual Greats percebeu que estipulou preços muito baixos para alguns itens, como a cratera de impacto do Hulk, que era originalmente vendida por 50 centavos de dólar e passou a custar seis vezes mais no mercado de usados do Gaia. Em seus meses de teste, a Virtual Greats se deu conta de que as pessoas preferiam itens de grife mais caros a itens mais baratos e genéricos. Além disso, os itens maiores, e mais fáceis de se ver, são mais populares que os pequenos.

Produtos virtuais licenciados provavelmente serão apenas um pequeno nicho dos negócios. Itens genéricos representam uma porção enorme do mercado de produtos virtuais e promoções patrocinadas pelas companhias, como as casquinhas da Ben & Jerry no Facebook, que provavelmente se tornarão mais importantes à medida que os negociantes tentarem estender suas grifes às redes sociais.

A crise econômica pode fazer com que as pessoas repensem sua noção de gastar dinheiro de verdade para que suas personas ficcionais tenham um topete do Elvis ou um agasalho do Snoop Dogg.
Contudo, Jansen afirma que as pessoas sempre desejarão um pouco do glamour das grifes. "Talvez você não possa comprar uma bolsa da Louis Vuitton, mas pode ter a versão virtual," ele disse. "São luxos acessíveis nessa economia em dificuldade."

Tradução: Amy Traduções
The New York Times
Leia esta notícia no original em:Terra - Tecnologia http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3386584-EI4803,00.html

Internet supera televisão na Espanha, afirma estudo

Levantamento afirma que internauta espanhol passa mais tempo conectado do que vendo TV

Areila Navarro - Reuters


MADRI - A Internet superou a televisão como o meio de comunicação mais consumido na Espanha em 2008, afirma levantamento divulgado nesta sexta-feira pela empresa de pesquisa Mediascope.

O estudo afirma que na Europa 60 por cento da população se conectam à Internet por uma média de 12 horas por semana e que na Espanha o tempo de acesso aumentou em 16 por cento desde 2007.


Segundo a pesquisa, o internauta espanhol fica conectado por uma média semanal de 12,1 horas, enquanto o tempo em que passa diante da televisão é de 11,7 horas.

O tempo em que a população espanhola fica na frente de um computador aumento em 20 por cento desde 2004 e a quantidade de internautas que se conecta diariamente à Web, cerca de 56 por cento, cresceu cinco por cento desde o ano passado.

A atividade que os espanhóis mais fazem na Internet é envio de e-mails, seguida por buscas e redes sociais. Enquanto isso, na Europa, as buscas ocupam o primeiro lugar, seguidas por e-mail e sites de conteúdo gerado pelos próprios internautas.

O levantamento, porém, afirma que existe um consumo simultâneo de mídias, já que cerca de 23 por cento dos internautas vê televisão enquanto está navegando pela Web e cerca de 21 por cento faz isso enquanto ouve rádio.

Em relação aos dispositivos, cerca de 32 por cento dos espanhóis utiliza o celular para se comunicar via mensagens curtas (SMS), email ou redes sociais, sem necessariamente recorrer a uma conversa.


Fonte: www.estadao.com.br

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ex-catadora de papel monta biblioteca com mais de 22 mil livros

Essa notícia é um tanto quanto antiga (nov 2008), mas achei muito importante dar um pouco mais de quilometragem a uma iniciativa assim tão rara e inesperada.

Fonte: Portal G1 - 26/11/2008

Fernanda Calgaro

A ex-catadora de papel Vanilda de Jesus Pereira, 45 anos, que cursou só até a 6ª série do ensino fundamental, nunca imaginou que um dia chegaria tão longe. No início, há 20 anos, os livros cabiam em poucas caixas embaixo da cama. Hoje, ela coordena a Biblioteca Comunitária Graça Rios, na entrada da favela Paquetá, em Belo Horizonte (MG), que tem um acervo de cerca de 22 mil livros. "Nada foi planejado. Fui fazendo o que era possível", diz Vanilda.

O projeto foi um dos 15 finalistas do Prêmio Vivaleitura 2008, uma iniciativa do Ministério da Educação, do Ministério da Cultura e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). A premiação ocorreu em São Paulo há duas semanas.

"Acabamos não recebendo o prêmio de R$ 30 mil, mas, só com o troféu de reconhecimento, já fiquei muito feliz." Porém, perguntada sobre o que faria se o dinheiro tivesse vindo, ela não hesita: "Iria rebocar as paredes da biblioteca, que ainda estão no tijolo, trocar os cinco computadores, que são bem antigos, e consertar a máquina de xerox".

Na biblioteca, que funciona num galpão, também são dadas aulas de reforço escolar para as crianças mais novas e de preparação para os jovens que vão prestar vestibular. O local funciona ainda como uma espécie de creche. Diariamente, umas 30 crianças são deixadas de manhã pelas mães, que retornam no final do dia para buscá-las. O projeto conta com a ajuda de voluntários e o apoio de diversas empresas locais, além de eventos promovidos para arrecadar fundos.
Filha de pais analfabetos, Vanilda conta que sempre gostou de ler, mas não tinha acesso a livros. Aos 14 anos, quando trabalhava como babá para uma família, a patroa a demitiu após ver que ela lia um livro sem autorização. O título da obra? "A Escrava Isaura".

"Fiquei chateada, mas aquela situação foi um empurrão para mim." Vanilda, então, comprou, claro, "A Escrava Isaura" e "Éramos Seis". "Eu comprei porque queria terminar de ler o livro!" E não parou mais. No final dos anos 80, ela passou a ajudar crianças da região onde morava com o dever de casa. "Muita gente começou a fazer doações. E o acervo foi crescendo."

Da experiência amarga, Vanilda não guarda nenhum rancor da ex-patroa. "Hoje, ela vem retirar livros aqui e a neta dela é voluntária da biblioteca. O acontecido foi uma lição de vida para mim e para ela."

Solteira e mãe de seis filhos, Vanilda diz que simplesmente faz a sua parte. "Se a gente for esperar pelo outro, as coisas nunca acontecem", afirma. "Se você não consegue sair do lugar, mas consegue dar um empurrão para que outro consiga sair, então já está valendo a pena", diz.

A biblioteca Graça Rios fica localizada na rua Glauber Rocha, 334, Paquetá, Belo Horizonte. O telefone é (31) 3498-1547..

Duet Marketing vence Top de Marketing pela 6a. vez



A Duet Marketing, empresa do Grupo Duet, recebeu, na última quarta-feira, o 6o. Top de Marketing de seus pouco mais de 9 anos de existência.
O prêmio é oferecido pela ADVB-PR (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil - Paraná), às empresas que realizam trabalhos consistentes e inovadores envolvendo suas marcas, produtos e/ou serviços.
O case vencedor do Top de Marketing 2008 foi o da Araucária TC, na categoria Veículos e Mercado Automobilístico. A Araucária TC é cliente da Duet Marketing desde 2006.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Brasil entra para lista dos 10 maiores em banda larga

Fonte: http://www.estadao.com.br/tecnologia

SÃO PAULO - O Brasil entrou para o ranking dos dez maiores países em número de usuários de banda larga no terceiro trimestre deste ano, segundo estudo do instituto Point Topic.

A empresa de pesquisas mostrou que, no período entre julho e setembro, a China ultrapassou os Estados Unidos pela primeira vez, com 80,9 milhões de clientes ante os 78,7 milhões dos Estados Unidos, enquanto o Brasil, que ocupava a 11a posição, avançou um degrau, com 9,1 milhões de assinantes (eram 8,49 milhões no trimestre anterior).

Em estimativas para 2013, o Point Topic acredita que a China se distancie ainda mais da segunda colocada em 2013, com 153 milhões de clientes ante os 117 milhões dos Estados Unidos.

A pesquisa prevê que a recessão econômica afete os índices de crescimento da Internet nos países mais industrializados, mas tenha menos efeito nas economias emergentes.

"China, Brasil, Rússia e Vietnã devem ser pouco afetados, enquanto a Índia deve elevar seu relativamente baixo índice de penetração de banda larga, mesmo na recessão", disse relatório da Point Topic divulgado à imprensa.

O Brasil, de acordo com a expectativa, poderá ultrapassar países como Coréia do Sul, Itália e Rússia até 2013 e se manter entre os 10 maiores.

Os índices de crescimento da banda larga em todo o mundo, entretanto, sofrerão os efeitos da crise e serão menores que os registrados entre 2004 e 2008.

O instituto projeta que o mundo adicione 273 milhões de conexões de alta velocidade até 2013, chegando naquele ano a um total de 683 milhões de assinaturas de banda larga, ante os 410 milhões deste ano.

Tal salto equivale a uma taxa anual média de crescimento de 10,8 por cento, enquanto no período de 2004 a 2008 ela foi de 27,7 por cento ao ano.


(Texto de Taís Fuoco)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Tangerine-Girl - Um dos cem melhores contos brasileiros do século XX

Considerado um dos cem melhores contos brasileiros do século, o texto de Rachel de Queiroz, abaixo transcrito, foi extraído do livro “O melhor da crônica brasileira”, José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1997, pág. 47.

De princípio a interessou o nome da aeronave: não "zepelim" nem dirigível, ou qualquer outra coisa antiquada; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de vôo. Assim, de começo, aos olhos da menina, o blimp existia como uma coisa em si — como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, igual a uma jóia, librando-se majestosamente pouco abaixo das nuvens. Tinha coisas de ídolo, evocava-lhe um pouco o gênio escravo de Aladim. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Ninguém pensa em cavalgar uma águia, nadar nas costas de um golfinho; e, no entanto, o olhar fascinado acompanha tanto quanto pode águia e golfinho, numa admiração gratuita — pois parece que é mesmo uma das virtudes da beleza essa renúncia de nós próprios que nos impõe, em troca de sua contemplação pura e simples.

Os olhos da menina prendiam-se, portanto, ao blimp sem nenhum desejo particular, sem a sombra de uma reivindicação. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade — faziam parte da pintura, eram elemento decorativo, obrigatório como as grandes letras negras U. S. Navy gravadas no bojo de prata. Ou talvez lembrassem aqueles perfis recortados em folha que fazem de chofer nos automóveis de brinquedo.

O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento — sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa de telhado vermelho, sacudindo um pano entre a mancha verde das laranjeiras, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente embaixo entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as, espiando-as, e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando pelo céu.

Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita — o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo, e a silhueta esguia se recortava claramente no fundo verde-e-areia. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: "Amigo!, amigo!"— embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Ficou incerto se ela lhe vira os gestos e quis lhe corresponder de modo mais tangível. Gostaria de lhe atirar uma flor, uma oferenda. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão, na qual em breve lhe iriam servir o café. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, lá embaixo; deixou-a cair num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.

A menina que sacudia a toalha erguera realmente os olhos ao ouvir o motor do blimp. Viu os braços do rapaz se agitarem lá em cima. Depois viu aquela coisa branca fender o ar e cair na areia; teve um susto, pensou numa brincadeira de mau gosto — uma pilhéria rude de soldado estrangeiro.Mas quando viu a caneca branca pousada no chão, intacta, teve uma confusa intuição do impulso que a mandara; apanhou-a, leu gravadas no fundo as mesmas letras que havia no corpo do dirigível: U. S. Navy. Enquanto isso, o blimp, em lugar de ir para longe, dava mais uma volta lenta sobre a casa e o pomar. Então a mocinha tornou a erguer os olhos e, deliberadamente dessa vez, acenou com a toalha, sorrindo e agitando a cabeça. O blimp fez mais duas voltas e lentamente se afastou — e a menina teve a impressão de que ele levava saudades. Lá de cima, o tripulante pensava também — não em saudades, que ele não sabia português, mas em qualquer coisa pungente e doce, porque, apesar de não falar nossa língua, soldado americano também tem coração.

Foi assim que se estabeleceu aquele rito matinal. Diariamente passava o blimp e diariamente a menina o esperava; não mais levou a toalha branca, e às vezes nem sequer agitava os braços: deixava-se estar imóvel, mancha clara na terra banhada de sol. Era uma espécie de namoro de gavião com gazela: ele, fero soldado cortando os ares; ela, pequena, medrosa, lá embaixo, vendo-o passar com os olhos fascinados. Já agora, os presentes, trazidos de propósito da base, não eram mais a grosseira caneca improvisada; caíam do céu números da Life e da Time, um gorro de marinheiro e, certo dia, o tripulante tirou do bolso o seu lenço de seda vegetal perfumado com essência sintética de violetas. O lenço abriu-se no ar e veio voando como um papagaio de papel; ficou preso afinal nos ramos de um cajueiro, e muito trabalho custou à pequena arrancá-lo de lá com a vara de apanhar cajus; assim mesmo ainda o rasgou um pouco, bem no meio.

Mas de todos os presentes o que mais lhe agradava era ainda o primeiro: a pesada caneca de pó de pedra. Pusera-a no seu quarto, em cima da banca de escrever. A princípio cuidara em usá-la na mesa, às refeições, mas se arreceou da zombaria dos irmãos. Ficou guardando nela os lápis e canetas. Um dia teve idéia melhor e a caneca de louça passou a servir de vaso de flores. Um galho de manacá, um bogari, um jasmim-do-cabo, uma rosa menina, pois no jardim rústico da casa de campo não havia rosas importantes nem flores caras.

Pôs-se a estudar com mais afinco o seu livro de conversação inglesa; quando ia ao cinema, prestava uma atenção intensa aos diálogos, a fim de lhes apanhar não só o sentido, mas a pronúncia. Emprestava ao seu marinheiro as figuras de todos os galãs que via na tela, e sucessivamente ele era Clark Gable, Robert Taylor ou Cary Grant. Ou era louro feito um mocinho que morria numa batalha naval do Pacífico, cujo nome a fita não dava; chegava até a ser, às vezes, careteiro e risonho como Red Skelton. Porque ela era um pouco míope, mal o vislumbrava, olhando-o do chão: via um recorte de cabeça, uns braços se agitando; e, conforme a direção dos raios do sol, parecia-lhe que ele tinha o cabelo louro ou escuro.

Não lhe ocorria que não pudesse ser sempre o mesmo marinheiro. E, na verdade, os tripulantes se revezariam diariamente: uns ficavam de folga e iam passear na cidade com as pequenas que por lá arranjavam; outros iam embora de vez para a África, para a Itália. No posto de dirigíveis criava-se aquela tradição da menina do laranjal. Os marinheiros puseram-lhe o apelido de "Tangerine-Girl". Talvez por causa do filme de Dorothy Lamour, pois Dorothy Lamour é, para todas as forças armadas norte-americanas, o modelo do que devem ser as moças morenas da América do Sul e das ilhas do Pacífico. Talvez porque ela os esperava sempre entre as laranjeiras. E talvez porque o cabelo ruivo da pequena, quando brilhava á luz da manhã, tinha um brilho acobreadao de tangerina madura. Um a um, sucessivamente, como um bem de todos, partilhavam eles o namoro com a garota Tangerine. O piloto da aeronave dava voltas, obediente, voando o mais baixo que lhe permitiam os regulamentos, enquanto 0 outro, da janelinha, olhava e dava adeus.

Não sei por que custou tanto a ocorrer aos rapazes a idéia de atirar um bilhete. Talvez pensassem que ela não os entenderia. Já fazia mais de um mês que sobrevoavam a casa, quando afinal o primeiro bilhete caiu; fora escrito sobre uma cara rosada de rapariga na capa de uma revista: laboriosamente, em letras de imprensa, com os rudimentos de português que haviam aprendido da boca das pequenas, na cidade: "Dear Tangeríne-Gírl. Please você vem hoje (today) base X. Dancing, show. Oito horas P.M." E no outro ângulo da revista, em enormes letras, o "Amigo", que é a palavra de passe dos americanos entre nós.

A pequena não atinou bem com aquele "Tangerine-Girl". Seria ela? Sim, decerto... e aceitou o apelido, como uma lisonja. Depois pensou que as duas letras, do fim: "P.M.", seriam uma assinatura. Peter, Paul, ou Patsy, como o ajudante de Nick Carter? Mas uma lembrança de estudo lhe ocorreu: consultou as páginas finais do dicionário, que tratam de abreviaturas, e verificou, levemente decepcionada, que aquelas letras queriam dizer "a hora depois do meio-dia".

Não pudera acenar uma resposta porque só vira o bilhete ao abrir a revista, depois que o blimp se afastou. E estimou que assim o fosse: sentia-se tremendamente assustada e tímida ante aquela primeira aproximação com o seu aeronauta. Hoje veria se ele era alto e belo, louro ou moreno. Pensou em se esconder por trás das colunas do portão, para o ver chegar - e não lhe falar nada. Ou talvez tivesse coragem maior e desse a ele a sua mão; juntos caminhariam até a base, depois dançariam um fox langoroso, ele lhe faria ao ouvido declarações de amor em inglês, encostando a face queimada de sol ao seu cabelo. Não pensou se o pessoal de casa lhe deixaria aceitar o convite. Tudo se ia passando como num sonho — e como num sonho se resolveria, sem lutas nem empecilhos.

Muito antes do escurecer, já estava penteada, vestida. Seu coração batia, batia inseguro, a cabeça doía um pouco, o rosto estava em brasas. Resolveu não mostrar o convite a ninguém; não iria ao show; não dançaria, conversaria um pouco com ele no portão. Ensaiava frases em inglês e preparava o ouvido para as doces palavras na língua estranha. Às sete horas ligou o rádio e ficou escutando languidamente o programa de swings. Um irmão passou, fez troça do vestido bonito, naquela hora, e ela nem o ouviu. Às sete e meia já estava na varanda, com o olho no portão e na estrada. Às dez para as oito, noite fechada já há muito, acendeu a pequena lâmpada que alumiava o portão e saiu para o jardim. E às oito em ponto ouviu risadas e tropel de passos na estrada, aproximando-se.

Com um recuo assustado verificou que não vinha apenas o seu marinheiro enamorado, mas um bando ruidoso deles. Viu-os aproximarem-se, trêmula. Eles a avistaram, cercaram o portão — até parecia manobra militar —, tiraram os gorros e foram se apresentando numa algazarra jovial.

E, de repente, mal lhes foi ouvindo os nomes, correndo os olhos pelas caras imberbes, pelo sorriso esportivo e juvenil dos rapazes, fitando-os de um em um, procurando entre eles o seu príncipe sonhado — ela compreendeu tudo. Não existia o seu marinheiro apaixonado — nunca fora ele mais do que um mito do seu coração. Jamais houvera um único, jamais "ele" fora o mesmo. Talvez nem sequer o próprio blimp fosse o mesmo...

Que vergonha, meu Deus! Dera adeus a tanta gente; traída por uma aparência enganosa, mandara diariamente a tantos rapazes diversos as mais doces mensagens do seu coração, e no sorriso deles, nas palavras cordiais que dirigiam à namorada coletiva, à pequena Tangerine-Girl, que já era uma instituição da base — só viu escárnio, familiaridade insolente... Decerto pensavam que ela era também uma dessas pequenas que namoram os marinheiros de passagem, quem quer que seja... decerto pensavam... Meu Deus do Céu!

Os moços, por causa da meia-escuridão, ou porque não cuidavam naquelas nuanças psicológicas, não atentaram na expressão de mágoa e susto que confrangia o rostinho redondo da amiguinha. E, quando um deles, curvando-se, lhe ofereceu o braço, viu-a com surpresa recuar, balbuciando timidamente:

— Desculpem... houve engano... um engano...

E os rapazes compreenderam ainda menos quando a viram fugir, a princípio lentamente, depois numa carreira cega. Nem desconfiaram que ela fugira a trancar-se no quarto e, mordendo o travesseiro, chorou as lágrimas mais amargas e mais quentes que tinha nos olhos.

Nunca mais a viram no laranjal; embora insistissem em atirar presentes, viam que eles ficavam no chão, esquecidos — ou às vezes eram apanhados pelos moleques do sítio.


Rachel de Queiroz,uma das mais importantes escritoras brasileiras, nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910. Entre muitas de suas obras podem-se citar: O Quinze,Caminhos de Pedra;A Donzela e a Moura Torta;As Três Marias;O Menino Mágico; Dôra, Doralina; Memorial de Maria Moura. Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro.

sábado, 6 de dezembro de 2008

A delicadeza de uma rara flor carioca

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos.

Escreveria mais tarde:

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.'

Cecília Meireles, rara flor carioca, é elegante, delicada e contundente. Poeta, escritora e tradutora, publicou mais de 50 obras entre prosa, poesia e teatro, além de ter traduzido peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.

A seguir, um texto do qual especialmente gosto:

O Fim do Mundo
Cecília Meireles

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste - mas que importância tem a tristeza das crianças?

Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.

Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus - dono de todos os mundos - que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos - insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...

Texto extraído do livro "Quatro Vozes", Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, 1998, pág. 73.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De Gutenberg à Mona Lisa - Europa lança site cultural gratuito com 2 milhões de itens

A União Européia lançou um arquivo digital na internet com mais de dois milhões de itens da cultura européia que estão expostos em mais de mil museus, bibliotecas, galerias de arte e arquivos do continente.
O site Europeana - no endereço dev.europeana.eu - inclui filmes, fotos, pinturas, mapas, arquivos sonoros e textos, todos disponíveis gratuitamente.
Até 2010, quando o projeto estiver totalmente concluído, os organizadores do site prometem oferecer mais de 10 milhões de obras.

Os internautas podem navegar pelo site em mais de 20 línguas – entre elas, o português.
O arquivo já conta com itens tão diversos como receitas da culinária francesa, textos de Homero ou imagens digitalizadas de manuscritos de Beethoven.
Segundo a comissária da União Européia para Informação e Mídia, Viviane Reding, o site permite que internautas vejam a Bíblia de Gutenberg ou a Mona Lisa sem precisar ir ao British Museum, em Londres, ou ao Museu do Louvre, em Paris.
"O Europeana dá acesso digital à história da Europa, seja a que está nas bibliotecas, nos arquivos ou nos museus, tanto de imagens, sons como filmes", disse o diretor de coleções européias e americanas do British Museum, Stephen Bury.
Centenas de instituições contribuíram para o site. O Instituto Nacional de Audiovisual da França contribuiu com mais de 80 mil gravações de áudio e vídeo do século 20, inclusive de imagens das primeiras batalhas da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/11/081120_europeana_dg.shtml

Lojas de luxo de São Paulo atendem melhor que as de Paris, diz estudo

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil

Um estudo realizado por uma empresa de marketing francesa sobre os serviços de lojas de luxo nas mais renomadas ruas e avenidas de comércio do mundo coloca São Paulo em melhor posição do que Paris, Milão e Mônaco.
As ruas Oscar Freire e Bela Cintra e a avenida Faria Lima, em São Paulo, ficaram em oitavo lugar no ranking de 16 cidades analisadas pela Présence, que realiza estudos internacionais sobre a qualidade dos serviços de empresas utilizando auditores “disfarçados” de clientes normais.
A classificação das ruas paulistanas é melhor do que as de outros tradicionais centros de luxo do mundo.
A área da Praça do Cassino, em Mônaco, obteve o 12º lugar, seguida pela renomada Via Montenapoleone, em Milão, que ficou na 13ª colocação.
A célebre avenida Champs-Elysées, em Paris, foi a última colocada, em 16º lugar, com seis pontos a menos do que as ruas avaliadas de São Paulo.
Atendimento glacial
Segundo o estudo da Présence, o atendimento dos lojistas da Champs-Elysées é “glacial”.
De acordo com a empresa, nessa avenida “os vendedores não se interessam pelos clientes e não pedem desculpas por deixá-los esperando”.
A primeira colocada no ranking foi a avenida Rodeo Drive, em Beverly Hills, Los Angeles, EUA, com 11 pontos a mais do que as ruas de São Paulo.
O estudo, que analisou 500 lojas de luxo e restaurantes em 16 cidades, levou em conta outros critérios além do atendimento dos lojistas: a rapidez para pagar no caixa, a fachada das butiques, a limpeza das ruas e até a maneira como os pedestres respondem a pedidos de informação.
Apresentação
“As lojas de São Paulo ficaram bem posicionadas no quesito atendimento e serviços. Mas há falta de mão-de-obra qualificada em restaurantes para atender um público mais exigente”, disse à BBC Brasil Cristiane Sand, responsável pela visita aos pontos de venda em São Paulo.
“Algumas lojas estão mal conservadas e não inovam muito na apresentação de seus produtos nas vitrines. A parte externa das butiques não é convidativa, sendo um dos critérios que afetou a pontuação de São Paulo”, afirma Sand, coordenadora de projetos da Market Analysis Brasil.
Ela diz que a rua Oscar Freire, por exemplo, apesar da recente melhoria das calçadas, ainda precisaria criar um ambiente mais charmoso e atrativo em termos de estilo e moda para acolher lojas conceituadas internacionalmente.
O estudo revela também que a Via Montenapoleone, em Milão, foi o local em que os pedestres foram menos cooperativos em dar informações em geral.
Já na Champs-Elysées, apesar do último lugar no ranking, as pessoas foram mais solícitas em fornecer informações. A limpeza da avenida parisiense também teve uma avaliação positiva no estudo.


Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081129_ruasdeluxo_df_cq.shtml

Rolling Stones faz parceria com Youtube

Mick Jagger e Keith Richards, dos Rolling Stones, promoverão um canal de música lançado pela banda, em parceria com o site YouTube.

Fonte:www.estadao.com.br/interatividade/multimidia

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Desestatizar a cultura

Fonte: http://blog.estadao.com.br/blog/piza/

Ainda paira sobre a cultura brasileira um espírito estatizante. Historicamente o intelectual brasileiro é funcionário público e isso se refletiu em sua visão de mundo. Mesmo que alguns tenham artisticamente transcendido essa condição, como Machado de Assis (funcionário de ministérios por toda a vida), Carlos Drummond de Andrade (que trabalhou com Gustavo Capanema nos anos Getúlio) e Guimarães Rosa (diplomata), não conseguiam disfarçar suas aversões à modernidade capitalista. Hoje em dia isso mudou, mas ainda é fato que na maioria os intelectuais são professores de universidades públicas. É rara no Brasil – ao contrário dos EUA e Inglaterra, por exemplo – a figura do intelectual público independente, sem ligação com instituição alguma, e que Edward Said julgava tão fundamental para a vida cultural de uma nação.
Mas não é só isso; o mais importante é notar que sem as grandes estatais brasileiras não haveria grande parte da produção cultural hoje. Banco do Brasil, Petrobrás e Caixa, além das secretarias estaduais e outros órgãos oficiais, sustentam o grosso do cinema, do teatro e da música erudita brasileira, para não falar da imprensa do setor. O que cria uma situação irônica: como essas estatais se beneficiam das leis de incentivo, que permitem abatimento fiscal dos patrocínios, o dinheiro do contribuinte financia duplamente cada evento (ao custeá-lo e ao ser abatido). Sim, há empresas privadas que apóiam a cultura, em especial os bancos, mas observe os letreiros da grande maioria dos filmes nacionais. Se o filme se passa na Bahia, invariavelmente terá apoio da Secretaria de Turismo da Bahia.
Há um problema de gênero nisso? Claro que não. Em todos os países, inclusive nos “liberais” EUA, há dinheiro público para a cultura, sobretudo quando se trata de ajudar a pagar as contas de instituições que nem sempre o mercado sustenta, como orquestras sinfônicas. O caso brasileiro exemplar foi o do Grupo Corpo, que apesar de todo o sucesso e prestígio perdeu o patrocínio da Shell, mas terminou sobrevivendo graças à Petrobrás. O problema é de grau: aqui não existe a contrapartida suficiente da parte da iniciativa privada, como existe, para dar mais um exemplo, nos museus do Hemisfério Norte, todos apoiados por grandes doações empresariais. Nossos museus, como se sabe, vivem à míngua – enquanto nossos intelectuais não se cansam de demonizar o lucro (dos outros, claro).
Aqui também há abusos que não fazem sentido para um país em desenvolvimento. Maestros que ganham melhor do que seus correspondentes estrangeiros, exclusivamente com verba pública, eis um caso escandaloso. Outro é a participação de recursos do contribuinte em empreendimentos que não precisam deles para ter lucrativas bilheterias, como o Cirque du Soleil. E nunca é demais lembrar a contaminação política do esquema de incentivos: verifique como algumas poucas famílias dominam as verbas para o cinema brasileiro. É preciso mexer nas leis e, principalmente, nos costumes para que a arte nacional não seja tão dependente do erário e para que as empresas percam os preconceitos. Precisamos decretar o iluminismo na vida cultural brasileira.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Brasil sofre com distância entre universidade e empresa

Fonte: http://wharton.universia.net

A distância entre universidade e empresa está custando caro ao Brasil. Ao mesmo tempo em que comemora o crescimento constante de sua produção científica, que hoje corresponde a 2,02% do índice global, o Brasil ainda responde apenas por 0,06% do número de patentes registrados no mundo, segundo a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). De um lado, o desenvolvimento do conhecimento parece funcionar a todo vapor, ganhando destaque entre os países da América Latina e assemelhando-se a países europeus, como Suíça (1,89%), Suécia (1,81%), Holanda (2,55%) e Rússia (2,66%). Do outro, uma produção tecnológica que ainda parece deixar muito a desejar se comparada à de países como Coréia do Sul (0,79%), Itália (1,31%), França (2,96%) e Japão (22,67%).

Esta disparidade também foi comprovada por um estudo desenvolvido pelo Bird (Banco Mundial) e divulgado na última quinta-feira, 11 de setembro, intitulado “Conhecimento e inovação para a competição”. De acordo com o documento, o Brasil está ficando para trás na comparação com outros países em desenvolvimento quando se trata de converter conhecimentos em resultados práticos. Um dos motivos é o baixo investimento do País em pesquisa e desenvolvimento. Enquanto o setor brasileiro recebe apenas 0,98% do PIB (Produto Interno Bruto), a China aplica 1,22% do seu PIB em inovação. Não à toa, o Brasil fica atrás de seus principais concorrentes no mercado internacional: Coréia do Sul, China, Índia e Rússia.

Mas será que há uma conscientização das universidades e das empresas a respeito da situação? Qual é o papel de cada uma delas nesse processo? Existe uma integração entre esses dois mundos que durante anos viveram separados? São essas as respostas que precisam ser encontradas para que se possa traçar um panorama e uma estratégia para estreitar as relações entre o setor produtivo e acadêmico no Brasil. Uma das saídas que, na visão dos especialistas, pode ajudar o país a eqüalizar e impulsionar sua produção científica e tecnológica.

Segundo a gerente de comunicação e planejamento estratégico da Inova Unicamp (Agência de Inovação da Universidade de Campinas), Patrícia Magalhães de Toledo, basta analisar o cenário da relação universidade e empresa nos países desenvolvidos para justificar a força que essa união pode representar para a criação de tecnologias. "Nos Estados Unidos e na Alemanha, por exemplo, há uma igualdade entre os índices de produção científica e tecnológica, graças a essa interação. E não é à toa, portanto, que eles disparam na frente e ocupam o topo do ranking mundial científico", cita.

Outro fator que também diferencia a produção tecnológica brasileira desses países é sua dinâmica. "Há uma inversão dos papéis no sistema brasileiro", acredita Patrícia. De acordo com ela, enquanto as empresas são as maiores detentoras de patentes no mundo, no país quem ganha destaque nesse quesito são as universidades. O presidente da Capes, Jorge Guimarães, também partilha da mesma idéia da gerente da Inova Unicamp. "No mundo desenvolvido, as patentes produzidas no segmento acadêmico não passam de 3%. No Brasil, o setor detém 27% dos registros", aponta.

No último estudo do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) sobre o setor, inclusive, quem assume a liderança no registro de patentes é uma universidade. No ranking, a Unicamp ultrapassa empresas de grande potencial tecnológico, entre elas Petrobras, Multibras e a Embraer, e ocupa a primeira colocação. UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), USP (Universidade de São Paulo), UFRJ (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Unesp (Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e UFV (Universidade Federal de Viçosa) também aparecem com destaque na lista dos maiores depositantes do Brasil.

O número de pesquisadores no setor industrial também pode comprovar a baixa participação do setor empresarial no desenvolvimento tecnológico. "Mais de 70% desses profissionais brasileiros estão alocados nas universidades, apenas 10% deles estão na indústria e 15%, no governo. Nos Estados Unidos, por exemplo, 80% dos pesquisadores estão na indústria, 12% nas universidades e 18% no governo. Na Alemanha há uma situação equivalente à americana", compara Patrícia.

Para o diretor científico da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz, os dados apontados só comprovam que os grandes responsáveis pela produção de patentes investem pouco em pesquisas. "É um erro acreditar que as patentes devam ser geradas pelas universidades. As instituições de ensino produzem artigos e formam estudantes. Já as empresas produzem riqueza e patentes. Isso, porém, não quer dizer que universidades não possam registrar inovações e que uma não possa colaborar com a outra. Pelo contrário, suas funções se complementam", explica.

No entanto, a coordenadora da academia de Propriedade Intelectual e Inovação do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), Rita Pinheiro Machado, acredita que não é só a tímida participação das empresas, principalmente das privadas, na produção tecnológica que justifica a baixa colocação brasileira nas pesquisas mundiais. "Falta também disseminar no país a cultura da propriedade intelectual. Não há, por parte da grande maioria das empresas e principalmente dos pesquisadores, a preocupação em registrar e proteger suas idéias e projetos", enfatiza. "É preciso, portanto, mudar o comportamento dos agentes que estão envolvidos na produção do conhecimento e da tecnologia", completa Rita.

Na opinião do diretor do CDT/UnB (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília), Luis Afonso Bermúdez, é fundamental que as mudanças ultrapassem os limites comportamentais. "Para mudar o cenário brasileiro atual, precisa-se também que haja uma transformação nos paradigmas, tanto da academia quanto do setor empresarial", afirma. Ao mesmo tempo em que falta por parte de algumas empresas o reconhecimento de que a universidade pode ser uma parceira no incremento da sua competitividade, há também uma deficiência em certas instituições de ensino em abrir suas portas e tornar seus conhecimentos em inovações para a sociedade.

Mas apontar o culpado para a situação brasileira não é o caminho. "O ideal é que as universidades e as empresas reconheçam o poder que podem ganhar se trabalharem juntas, ao invés de isoladas", recomenda Bermúdez. Enquanto as universidades devem colaborar com a formação de Recursos Humanos altamente capacitados e ainda com a produção do conhecimento, as empresas precisam transformar tais conhecimentos em produtos e, consequentemente, em inovação.

Primeiros passos

Apesar de o Brasil estar longe do cenário ideal e de alcançar os países em desenvolvimento, não se pode ignorar sua evolução em direção ao desenvolvimento da relação universidade e empresa. Uma interação que, segundo o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia), Guilherme Henrique Pereira, começou a dar seus primeiros passos com a criação da Lei de Inovação, em 2004. "A iniciativa, além de levar a discussão à tona em todo território nacional, fornece diretrizes tanto para as empresas quanto para as universidades, principalmente para as públicas, no que diz respeito à produção científica e tecnológica do país", afirma.

Patrícia, da Inova Unicamp, concorda com o secretário e acredita que a lei tenha sido uma mola propulsora para a promoção desse relacionamento entre setor acadêmico e produtivo e, consequentemente, para a impulsão do desenvolvimento científico e econômico brasileiro. "Essas normas aproximaram esses dois mundos. As iniciativas de interação entre eles, antes de 2004, eram isoladas. Mas o tabu que impedia esse relacionamento aos poucos está sendo quebrado, principalmente por conta da conscientização e do estimulo que a lei vem proporcionando aos dois lados", relata.

A mesma ação foi tomada pelo governo americano na década de 80. "Estamos vivendo o mesmo momento que os EUA viveram há 20 anos. A nossa Lei de Inovação foi, inclusive, inspirada pela legislação norte-americana. As mudanças que geraram lá no decorrer desse tempo, iniciam-se agora aqui", afirma Patrícia, que aponta esse atraso como uma das justificativas para as desigualdades científicas dos dois países. "Não se pode esquecer ainda que as universidades brasileiras são muito novas se comparadas às estrangeiras. Nossas instituições completam cinqüenta anos, enquanto outras já comemoram o centenário", completa Guimarães.

A aproximação entre as empresas e as universidades no Brasil tem acontecido fundamentalmente de quatro maneiras: criação de laboratórios cooperativos; desenvolvimento de projetos em parceria; incubação de empresas em desenvolvimento; e formação de recursos humanos capacitados. "A relação mais antiga e ainda a mais intensa continua sendo a última opção. Isso porque é esse o primeiro quesito em que as missões das empresas e das universidades se fundem. Enquanto a instituição tem o dever de formar profissionais altamente qualificados, o setor precisa dessa mão-de-obra para que o seu negócio possa caminhar", acredita Cruz.

O cenário brasileiro tem se mostrado bastante propício para que os outros meios de interação também sejam contemplados. Segundo o diretor científico da Fapesp, a intensidade do relacionamento que algumas universidades brasileiras têm com o setor produtivo é comparável a muitos outros países. "As pesquisas das instituições de ensino financiadas por empresas nos Estados Unidos é de 6%. Na França, o percentual é de 4% e na Inglaterra, 6%. Aqui, esse índice varia de 4% a 7%. O problema é que há poucas companhias e universidades que seguem esse caminho", diz Cruz. Segundo dados do Bird, o investimento em inovação tecnológica está concentrado, principalmente, no setor público, que corresponde a aproximadamente 55% do total, realidade que difere de países desenvolvidos - nos EUA, esse número é de 30%.

Mas, com a Lei de Inovação, as universidades brasileiras, assim como os institutos de pesquisas, serão obrigadas a criar NIT's (Núcleos e Inovação Tecnológica e de Propriedade Intelectual). "Eles serão a ponte que faltava para uma maior aproximação", confessa Patrícia. De acordo com as novas regras, esses setores funcionarão como facilitadores do processo de negociação e de orientação para o licenciamento de tecnologias e o desenvolvimento de P&D conjunto entre empresas e instituições científicas e tecnológicas.

Há ainda vários incentivos financeiros oferecidos pelo MCT, pela FINEP (Financiadora de Projetos), pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), pela Capes e até pelas FAPs (Fundações de Amparo a Pesquisa). Apoios que vão desde a concessão de bolsas, financiamentos, empréstimos com condições de pagamentos mais facilitadas e até isenções fiscais.

Uma das possibilidades é a Lei Rouanet, desenvolvida pelo MEC (Ministério da Educação) e organizada pela Capes. "A iniciativa vem complementar a Lei do Bem (nº 11.196) em um ponto extremamente importante: a aproximação da universidade com a empresa e um estímulo para o setor produtivo investir em inovação. As companhias interessadas poderão receber deduções de no mínimo metade e no máximo duas vezes e meia o valor do investimento", explica Guimarães.

A Fapesp, de acordo com Cruz, também está direcionando parte de seus recursos nessa direção. "A Fundação mantém projetos de co-financiamento com empresas de diversos setores. As parceiras apontam suas necessidades, aí abrimos editais para a seleção de propostas relacionadas a elas. A instituição selecionada será financiada parte pela empresa e parte pela Fapesp", conta. O secretário do MCT cita ainda mais algumas iniciativas do FINEP e do CNPq para a formação de redes de pesquisas. "Que de certa forma, também propiciam essa relação universidade e empresa", alerta Pereira.

Novos desafios

Iniciativas como as descritas acima podem até ser um bom começo para o desenvolvimento de uma relação natural entre as universidades e as empresas, mas há ainda muito o que fazer. Para a coordenadora do INPI, o primeiro passo é esclarecer alguns pontos obscuros na Lei de Inovação. "Principalmente em relação ao uso do dinheiro público, que não está bem definido nas normas. Essa verba aplicada pelo governo pode e deve ser transferida pela indústria, mas é preciso entender todas as possibilidades da lei para facilitar o relacionamento universidade/empresa", cita Rita.

Entre os gargalos para essa interação, o diretor do CDT/UnB aponta a falta de autonomia da universidade na gestão dessas parcerias. "Um fator importante e imprescindível que não veio ainda. A instituição pública não tem definida a sua figura jurídica. Não pode contratar e decidir para onde seus recursos serão investidos. Isso emperra o processo de interação porque não é preciso trabalhar com a agilidade que as empresas precisam", diz Bermúdez. Segundo ele, é preciso também que haja uma mobilidade maior entre os agentes desse desenvolvimento científico e tecnológico. "É preciso que a universidade conheça o universo empresarial e o setor produtivo o universo acadêmico. E só existe esse intercâmbio a partir de vivências presenciais. Não são todos os conhecimentos que estão em livros", assegura.

Mas, na opinião de Pereira, é preciso primeiramente consolidar todos os mecanismos que já existem e, ainda, explorar mais a Lei de Inovação. "Há muitas normas que ainda não utilizadas pelas empresas, tampouco pelas universidades. Uma delas, é a autorização de licença sem remuneração para pesquisadores que querem transformar seus projetos em inovação tecnológica", aponta o secretário. "O processo deve ser contínuo, não podemos parar por aqui. Porém precisamos avaliar o que está sendo implementado para aperfeiçoar e ampliar essas ações de acordo com as reais necessidades."

De acordo com o presidente da Capes, não se pode esquecer dos avanços e das relações bem sucedidas que o país já consolidou. "O que precisamos fazer é consolidar essas parcerias que já trazem grandes resultados para o desenvolvimento cientifico e tecnológico brasileiro e criar novas iniciativas. Investimentos, recursos humanos de alta capacidade e potencial, o Brasil já têm. Basta caminharmos nessa direção", acredita Guimarães. "Claro que temos pressa, afinal somos ansiosos. Mas é preciso ter calma. Não dá para se transformar um país subdesenvolvido em um desenvolvido de um dia para o outro", completa Bermúdez.


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Consumidor brasileiro estima que computador básico custe até R$ 2 mil

InfoMoney
16 setembro 2008

SÃO PAULO - Pesquisa elaborada pela Intel, fabricante mundial de processadores e outros componentes para computadores, mostra que a percepção do consumidor brasileiro quanto ao preço de um computador básico supõe uma média de R$1737. Como computador "básico", foi definido um equipamento capaz de desempenhar as funções mais importantes, com acesso à internet e um sistema operacional instalado.
O estudo considera, ainda, a noção de preço que consumidores de diferentes classes sociais têm com relação aos computadores. Em todas as classes, a maioria supõe que o preço de um modelo básico, apenas com as funções essenciais, fique entre R$1001 e R$2000: 53% na classe A, 57% na classe B, 60% na C e 57% na D. No total, 58% dos entrevistados na pesquisa acreditam que os computadores mais simples estão nessa faixa de preço.
Renda reflete percepção
Os entrevistados de menor renda são a maioria entre os que estimam o preço do computador básico até R$1000. Nas classes C e D, essa valor é a opinião de 22% e 23%, respectivamente, dos consumidores. Os percentuais de consumidores das classes A e B a estimar um preço abaixo de R$1000 para a máquina em questão são 16% e 18%, respectivamente.
O resultado inverte quando a estimativa passa a ser de que computadores mais simples custem entre R$2
001 e R$3000. Na classe A, 25% dos consumidores têm essa percepção do preço, enquanto que na classe B, a quantidade é de 19%. Nas classes C e D, 15% e 18% dos participantes da pesquisa, respectivamente, ficam com essa faixa de preço como suposição.
Portáteis
Avaliação semelhante foi feita com o preço de notebooks. Na média, os entrevistados acreditam que um portátil básico, com internet e sistema operacional, custe R$2646. As maiores porcentagens de percepção de preço ficaram nos intervalos entre R$2001 e R$3000 e entre R$3001 e R$4000.
A percepção de preço na faixa de R$2001 a R$3000 apresenta uma distribuição homogênea entre as classes, e compreende a maioria dos consumidores: classe A(39%), classe B(39%), classe C(38%) e classe D(31%).
Outra grande parcela de entrevistados acredita que o preço de notebooks está entre R$1001 e R$2000: 35% da classe A,30% da B, 31% da C e 29% da D. Menos de 10% em cada classe supõe que um notebook básico custe entre R$4001 e R$5000, e menos de 5% imagina um preço superior a R$5000.

Relação com a natureza, e com dinheiro: jovens podem ser divididos em cinco grupos

InfoMoney
15 setembro 2008.

SÃO PAULO - Os jovens brasileiros se diferenciam bastante quando o assunto é o consumo consciente, que visa agredir o mínimo possível a natureza. Enquanto alguns economizam água e energia, em prol do meio ambiente, e também do próprio bolso, outros estão totalmente alienados em relação à questão.
A conclusão faz parte da pesquisa Dossiê Universo Jovem 2008, realizada pela MTV Brasil, com participação do Instituto Datafolha, e divulgada na quinta-feira (11). De acordo com os dados, é possível dividir os jovens brasileiros em cinco grupos.

Teóricos lideram
A maior parcela dos jovens, ou 26% dos mais de 2,5 mil entrevistados, está no grupo dos "teóricos". Eles têm o maior conhecimento sobre atitudes que podem preservar o meio ambiente, são mais idealistas, mas pecam em suas atitudes.
Os teóricos preocupam-se com o consumo consciente, pois economizam água, energia e ainda evitam o uso do carro. É o grupo mais elitizado em termos financeiros e de escolaridade. É o segundo grupo no ranking dos que valorizam as causas ambientais.

Guiados pela intuição
O segundo grupo que mais agrega jovens é o dos "intuitivos", com 21% dos entrevistados. Eles têm alguma atuação consciente, mas têm baixa formação e noção ecológica. Por isso, conclui-se que a prática deles é mais intuitiva.
Esta intuição os leva a economizar água, energia e a incentivarem os amigos e parentes com a questão. Os intuitivos acreditam ter conhecimento ecológico, mas demonstram pouco domínio sobre o assunto.

Pouca ação
Os dados da pesquisa revelaram que 20% dos jovens entrevistados estão no grupo dos "refratários", que são os que menos valorizam as práticas ambientais e os que mais concordam com a seguinte frase: na prática, não faço nada.
Os jovens deste grupo têm conhecimento semelhante ao da população em relação à preservação do meio ambiente, mas são os que menos valorizam o assunto. "São menos idealistas: preferem trabalhar infelizes por dinheiro a trabalhar por prazer", diz o relatório.
Muita atitude consciente
O grupo que mais consome de maneira consciente infelizmente não é o que agrega a maior proporção de jovens. Os dados do estudo revelam que os "comprometidos" somam 17% do total. Eles conhecem, valorizam e agem de acordo com as causas ambientais.
Para se ter uma idéia, eles aumentaram o consumo de produtos orgânicos e, junto com os "teóricos", são os mais atuantes quando o assunto é economizar água e energia, defendendo, inclusive, a aplicação de multa para casos de poluição.
São contrários ao desmatamento para produção de alimentos e valorizam, mais do que os outros, as empresas e produtos ecologicamente corretos.

Alheios à situação
A menor parcela dos jovens, ou 16%, se enquadra no grupo dos "alienados". Eles possuem o menor conhecimento e são os que menos agem. Neste grupo, não foi identificada nenhuma mudança de ação no dia-a-dia em prol do meio ambiente.
Talvez a explicação para isso esteja em casa. De acordo com os dados, os pais dos "alienados" são os que têm menor consciência ambiental e que mais resistem à reciclagem de lixo.


Fonte:http://dinheiro.br.msn.com/financaspessoais/noticia

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Custos com localização podem ser reduzidos à metade

Informações disponíveis no mercado indicam que quando o processo de internacionalização é realizado de forma apropriada, os custos subseqüentes com a localização é reduzido, em média, em 50% e o tempo necessário para o processo, reduzido à metade. Outra maneira de se enxergar a questão é saber que, caso não se trate de algumas adaptações em produtos e serviços ainda na fase de internacionalização, a empresa terá que consertar as falhas posteriormente nas versões a serem localizadas. Um problema que teria custado 'x' para ser adaptado durante a fase de internacionalização, custará 20 'x' para ser consertado durante o processo de localização, e se essas modificações não forem realizadas na fonte, poderá custar mais 20 'x' da próxima vez que a empresa precisar de outra versão localizada do projeto.

Você sabe como trabalha o 'localizador'?

O localizador trabalha com:

1. A revisão dos mercados-alvo com o objetivo de identificar os requisitos lingüísticos e culturais locais;
2. A análise completa dos projetos com o objetivo de determinar as áreas que necessitam ser adaptadas;
3. Com a extração de textos (ou partes deles) e/ou de qualquer outro material visual ou sonoro que seja lingüística ou culturalmente sensível àquela situação de comunicação;
4. A tradução e modificação dos elementos da mensagem;
5. A reengenharia do projeto gráfico/ visual com o objetivo de (re) adequá-lo ao novo conteúdo mercadológico (ex.: redimensionamento de menus, barras de ferramentas ou botões com o objetivo de acomodar novos textos ou elementos visuais);
6. O teste da nova versão (ou edição), direcionada ao novo mercado, com o objetivo de assegurar os mesmos padrões de qualidade da versão ‘original’.

Você sabe o que é... Localização?

Localização é a adaptação de produtos e serviços a um mercado e cultura específicos. As adaptações vão muito além da língua (tradução) e incluem mudanças em toda e qualquer informação que possa comprometer o entendimento que o consumidor venha e ter do produto ou serviço em questão. Moedas, gráficos, datas, endereços, números de telefone entre outros detalhes corriqueiros, podem representar uma grande dor-de-cabeça para empresas que se pretendam transnacionais. Não raras as vezes em que as necessidades de adaptações locais exigem mudanças físicas em fórmulas e embalagens de produtos. Caso as empresas não antecipem certos cuidados em relação a seus produtos e serviços ainda na etapa de internacionalização, pode acontecer de a localização se tornar, posteriormente, um processo difícil, despendioso e demorado.

domingo, 31 de agosto de 2008

Estudo pede mudanças nas campanhas contra pirataria

ELVIRA LOBATO da Folha de S.Paulo, em Brasília

Estudo realizado pelo Instituto Akatu e patrocinado pela Microsoft aponta a necessidade de reformular as campanhas contra produtos falsificados no Brasil, a começar pelo menor uso da palavra pirataria. A nova abordagem vai apelar ao sentimento de ética e atacar o "jeitinho brasileiro" e a "cultura de permissividade".
No estudo, os pesquisadores do Akatu constataram que as propagandas contra pirataria veiculadas hoje tendem a "cair no vazio" porque "responsabilizam o consumidor" e passam a idéia de que a sociedade "transfere responsabilidade".
O diagnóstico, então, indica que o consumidor brasileiro compra produtos piratas mesmo sabendo que a atividade tem relação com o crime organizado e sonega tributos. A desconfiança dos consumidores com o destino dos impostos, a venda de produtos piratas à luz do dia e uma sensação de que a compra ajuda o camelô também são aspectos presentes entre as pessoas que compram itens falsificados.
Como o ataque à pirataria em si não vem trazendo resultados, governo e empresários devem adotar campanhas focadas em ética e desigualdade. Uma das maneiras de conscientizar a população sobre o uso de produtos piratas será relacionar pequenos deslizes a grandes crimes.

Crianças brasileiras ficam mais de 19h na internet por mês

DANIELA ARRAIS da Folha de S.Paulo

As crianças brasileiras passam cada vez mais tempo na internet. No último mês de julho, gastaram cerca de 19h28min na frente do computador, acessando, principalmente, redes sociais, mensageiros instantâneos e sites de jogos, segundo o Ibope/NetRatings.
Pedro Teixeira Botelho, 6, faz parte desse grupo. Aos três anos, antes mesmo de se alfabetizar, o menino já possuía um computador, pelo qual acessava sites de jogos e desenhos.
Alex Almeida/Folha Imagem
Irmãos Paulo, 9, e Dora Galvão de França Amaral, 12, dividem o tempo no micro; crianças brasileiras ficaram 19h28min no PC
Hoje, o aluno da primeira primeira série do ensino fundamental também usa o Skype para falar com amigos e família. "Para ele, a tecnologia é tão natural quanto uma geladeira. E isso é bom", diz o pai de Pedro, o analista de sistemas Marcelo Teixeira Botelho, 40. "Mas, ao mesmo tempo, o uso que ele faz da internet é muito intenso. Então temos que supervisionar e colocar algum freio."
Números
Cerca de 2,5 milhões de crianças de dois a 11 anos navegaram na internet residencial brasileira em julho deste ano --o número equivale a 10,6% do total de pessoas que acessaram a rede e representa um aumento de 2h02 minutos na navegação dos pequenos, em relação ao mesmo período do ano passado. Os meninos são os que passam mais tempo no micro, enquanto as meninas consomem mais páginas.
Em comum, está o uso que os pequenos fazem da internet. "Eles costumam usar redes sociais, como o Orkut [cujo termo de uso afirma que o cadastro é para maiores de 18 anos], jogos de simulação de realidade e mensageiros instantâneos, além de fazer pesquisas", diz José Calazans, analista do Ibope/NetRatings.
Atrás do Brasil, está o Japão, onde cada criança gasta cerca de 14 horas por mês com atividades on-line.
"As crianças de hoje e as de antigamente são as mesmas, mas enfrentam realidades diferentes. Hoje elas são desterritorializadas, passam a viver em um ambiente simulado e aprendem a se socializar com a internet", diz Calazans.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um Mercado em Franca Expansão

Texto e tradução: Patrícia Fanaya

O mercado de serviços lingüísticos (tradução/ localização) está atualmente estimado em US$12,1 bilhões. Os analistas da empresa líder de mercado em localização, Common Sense Advisory, prevêem que este mercado valerá algo em torno de US$24 bilhões, em 2012. Isso representa uma taxa de crescimento anual projetada de 14,6% para os próximos cinco anos.
A internet está aí para provar que as empresas não devem pensar apenas em seus mercados nacionais. O comércio online (e-commerce) já ultrapassou US$12,8 trilhões e a população global online estimada para 2010 é de 1,8 bilhões de pessoas. Sete países, apenas, têm o inglês como língua oficial e representam pouco mais de 5% da população mundial. Dos usuários da web apenas 30% têm o inglês como primeira língua. A grande maioria dos 6.900 grupos lingüísticos do mundo tem pouco conteúdo disponível na web em suas línguas-mãe. Pesquisas mostram que os consumidores estão 10 vezes mais propensos a comprar pela internet quando o website está em sua língua nativa. Existe muito potencial a ser desenvolvido em face a todas essas oportunidades.

Fonte:Oxford Conversis Research Study

Acesso residencial à internet tem recorde de 23,7 milhões

O número de brasileiros que acessaram a Internet a partir de suas casas cresceu 28% em 12 meses, passando de 18,5 milhões de usuários em julho de 2007 para 23,7 milhões de usuário no mês passado, segundo levantamento do Ibope//NetRatings divulgado nesta quarta-feira. Em relação a junho deste ano, o aumento foi de 3,5%.
A pesquisa mostrou ainda que os usuários residenciais também passaram mais tempo na Internet, com uma média de 24 horas e 54 minutos por pessoa por mês. No mês anterior, a média foi de 23 horas e 12 minutos.Tanto o número de internautas quanto o tempo de navegação foram os maiores registrados desde o começo da realização da pesquisa, em setembro de 2000."Tradicionalmente, o mês de julho, por ser férias escolares e por ser a Internet a principal atividade para parte dos jovens estudantes, mostra crescimento no tempo de consumo desta mídia", disse em nota Alexandre Magalhães, gerente de análise do Ibope//NetRatings.O total de brasileiros com acesso à Internet em seus lares continua sendo de 35,5 milhões de pessoas, de acordo com a pesquisa. Em julho de 2004, 19,3 milhões de brasileiros tinham acesso à rede mundial de computadores em casa.A avaliação coloca que o internauta brasileiro continua sendo o que mais navegou na Internet de casa no mês, em comparação com nove países acompanhados pelo Ibope//NetRatings, seguido por Alemanha (com 21 horas e 06 minutos) e pelos Estados Unidos (com 20 horas e 50 minutos).De acordo com dados relativos ao primeiro trimestre de 2008 do Global Internet Trends-GNetN, pouco mais de 41 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais declaram ter acesso à Internet em qualquer ambiente (casa, trabalho, escola, cybercafés, bibliotecas e outros locais).
Fonte: Reuters http://www.estadao.com.br/tecnologia/not_tec231582,0.htm

No primeiro time


O excelente desempenho da operação brasileira do Google levou a filial daqui a ganhar um novo status dentro da empresa. Confira alguns números:

  • O Brasil tem o 2o. maior número de usuários do serviço de e-mail Gmail;
  • No YouTube, o país é responsável pelo 2o. maior faturamento e pela 4a maior audiência;
  • O Brasil tem, de longe, a maior base de usuários do Orkut em todo o mundo: 29 milhões de cadastros;
  • A operação brasileira do Google foi a 1a. do mundo em crescimento de receitas no ano passado;
  • O faturamento no país deve chegar a 500 milhões de dólares neste ano;

Fonte:http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0924/tecnologia/m0165414.html

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Será que a Língua Influencia os Hábitos de Compra dos Consumidores?

Tradução e texto: Patrícia Fanaya

Em meados de 2005, a Wordbank, empresa global especialista em localização, divulgou os resultados de uma pesquisa sobre hábitos de consumo, realizada por meio de mais de 1.250 entrevistas com consumidores na Europa, Ásia, América do Sul e Oriente Médio. O objetivo do estudo era descobrir mais sobre os impactos da língua no comportamento de compra dos consumidores.
Alguns resultados interessantes foram encontrados:
  • 81% dos entrevistados esperavam que as empresas que quisessem vender produtos e serviços em seus países se comunicassem com eles em suas línguas nativas;
  • Quando confrontados com dois produtos similares, 73% dos entrevistados estariam mais propensos a escolher e comprar aquele que apresentasse informações em sua língua nativa;
  • Sete entre dez entrevistados concordaram que não comprariam um produto se não entendessem a embalagem;
  • Os consumidores são negativamente influenciados pelas más traduções. 61% relutariam em comprar um produto que tivesse informações mal traduzidas para sua língua nativa;
  • 71% dos entrevistados disseram estar mais propensos a comprar uma mesma marca de produto se o serviço de pós-venda fosse oferecido em sua língua-mãe;
  • Apenas 43% dos entrevistados responderam que comprariam uma marca global que não oferecesse informações em sua língua nativa em detrimento de uma marca relativamente menos conhecida que oferecesse informações em sua língua-mãe;
  • Quando confrontados com a possibilidade de escolha entre dois produtos similares, apenas 1/3 dos entrevistados disseram que comprariam o mais barato mesmo que este não trouxesse informações em sua língua nativa;
  • As três principais categorias de produtos/ serviços que os consumidores consideraram fundamental que se comunicassem com eles em suas línguas nativas foram: serviços bancários e financeiros (86%); produtos farmacêuticos e de beleza (78%) e eletrônicos (73%);
  • Esses segmentos são seguidos de perto por: soluções empresarias (71%); equipamentos domésticos de entretenimento (71%) e hardware e software (71%);
  • Os segmentos nos quais os consumidores estão menos preocupados em terem informações fornecidas em suas próprias línguas foram: equipamentos esportivos e para exercícios (42%); roupas vendidas por catálogo/ correio (46%); atividades de lazer e entretenimento (49%);
  • Das 39 línguas cobertas pelo estudo, informações e comunicação na língua nativa foram consideradas mais importantes para aqueles que falavam português, seguidos pelos que falavam espanhol e alemão;
  • Consumidores dos países Bálticos e Escandinavos foram os que pareceram se incomodar menos com a comunicação de produtos e serviços não realizada em suas línguas nativas;
  • Quanto mais velho o consumidor, mais importante é que a comunicação seja realizada em sua língua nativa;
  • Existe uma correlação direta entre o conhecimento que o consumidor tem da língua inglesa e sua maior ou menor necessidade de se comunicar em sua própria língua. 98% daqueles que não conhecem a língua inglesa querem que a comunicação seja feita em sua própria língua, bem como 3/4 daqueles que são fluentes em inglês.

É importante dizer ainda que 82,4% dos entrevistados tinham acesso à Internet; 45% eram homens e 55% mulheres; as idades variaram entre 25 a mais de 60 anos e 32,7% eram fluentes em inglês.

Fonte: www.wordbank.com

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Uma lei polêmica

Texto do projeto que tipifica crimes de informática gera divergências sobre responsabilidades e punições. Veja alguns pontos polêmicos da nova lei:

DETERMINAÇÃO

- Provedores devem repassar às autoridades todas as denúncias de crimes, além de pedofi lia e roubo de identidade;
- Lei estabelece como crime a invasão de sistemas eletrônicos, desde que “protegidos por expressa restrição de acesso”;
- Pontos públicos de acesso à internet, como redes em cafés, serão obrigados a identifi car todos os usuários conectados;
- Provedores de acesso e até redes de empresas devem guardar por três anos data, horário e endereço IP dos usuários da web;

CRÍTICA

- A lei não é específica, o que faz com que os provedores devam delatar qualquer tipo de conduta suspeita;
- O texto é vago. Quem deve explicitar o sistema de segurança: o dono da rede ou do computador em que estão as informações?
- Essa nova obrigação deve desestimular o crescimento das redes sem fi o públicas e abertas, como nas cidades digitais;
- Os custos de guardar e gerenciar os dados por tanto tempo são altos e podem prejudicar pequenas empresas e provedores de acesso;

Fonte:http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0923/tecnologia/m0164541.html

domingo, 24 de agosto de 2008

Prejuízo de empresas globais chega a US$1.6 bilhões

As empresas globais perdem, em média, o equivalente a US$1.6 bilhões em participação de mercado, por ano, ou US$4,7 bilhões num período de 3 anos em conseqüência das falhas na localização das informações de produtos e serviços. Um estudo conduzido com seis clientes globais, realizado pela empresa independente de pesquisa em tecnologia e mercado, Forrester Consulting, e patrocinado pela SDL, provedora líder de soluções de Global Information Management, demonstrou que as informações corretamente localizadas são uma fonte de vantagem competitiva quando do lançamento de produtos e serviços para o mercado global.

Fonte:
www.sdl.com/tei

sábado, 23 de agosto de 2008

Um mercado de US$ 12 bilhões

De acordo com o estudo conduzido pela empresa de pesquisa e consultoria Common Sense Advisory (www.commonsenseadvisory.com), apesar da desvalorização do dólar, as pressões da globalização continuam fazendo aumentar a demanda por serviços de tradução no mundo.
O mercado de traduções, atualmente, representa algo em torno de US$ 12 bilhões e há indicadores que demonstram que continuará mantendo um crescimento estável nos próximos anos - independentemente do fato de haver mudanças de posição das empresas no 'ranking' econômico global.