terça-feira, 4 de maio de 2010
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Primeira obra de Galileu traduzida em Portugal
Escrito por CienciaPT
23-Feb-2010
É uma das obras mais importantes da história do pensamento ocidental: "Sidereus Nuncius. O Mensageiro das Estrelas", publicado em Março de 1610, é o primeiro livro de Galileu Galilei a ser traduzido integralmente em Portugal e vai ser lançado na sessão de encerramento do Ano Internacional da Astronomia. "Galileu escreveu para causar sensação", admite o investigador e tradutor, Henrique Leitão.
Quando foi lançada em Março de 1610, "Sidereus Nuncius" mudou a forma de vermos o mundo. Agora, 400 anos depois da sua publicação, "Sidereus Nuncius. O Mensageiro das Estrelas", com tradução e anotações de Henrique Leitão, é a primeira obra de Galileu Galilei a ser traduzida integralmente em Portugal. O lançamento terá lugar no dia 17 de Março às 18 horas, na Fundação Gulbenkian, por ocasião da sessão de encerramento do Ano Internacional da Astronomia.
"É um livro único na história da ciência e uma das obras mais importantes em toda a história do pensamento ocidental. Nunca na história da ciência uma obra provocou tanta comoção e deu origem a debates tão acesos como este", avança o investigador e tradutor, Henrique Leitão.
"O título, 'Mensageiro das Estrelas' (ou 'Mensagem das Estrelas', porque o latim permite as duas formas) tem o sentido de "Gazeta das Estrelas" ou "Mercúrio das Estrelas", isto é, tem uma clara conotação jornalística: relatar, em tom vivo e rápido acontecimentos e observações sensacionais", explica Henrique Leitão. Segundo o investigador do Centro de História das Ciências da Universidade de Lisboa, Galileu refere-se muitas vezes ao livro como um 'Aviso Astronómico', exactamente com o mesmo sentido. "Ou seja, Galileu escreveu para causar sensação", reconhece.
Para o comissário para o Ano Internacional em Portugal, João Fernandes, "O Mensageiro das Estrelas" é "um marco na astronomia e na ciência". No livro, Galileu revela e discute as primeiras observações astronómicas alguma vez feitas com o auxílio de um telescópio. Entre a Lua, as estrelas e as luas de Júpiter, "O Mensageiro das Estrelas" é "um verdadeiro livro exemplo da Ciência Moderna", sublinha João Fernandes.
Por esse motivo, o Ano Internacional da Astronomia em Portugal escolheu despedir-se na Gulbenkian, a 17 de Março, com o lançamento do livro de Galileu Galilei. Mas não só. Para o mesmo dia está ainda prevista, entre outras iniciativas, a abertura da exposição "A Astronomia no Portugal de Hoje".
E a quem se dirige este "Mensageiro das Estrelas", publicado pela Fundação Gulbenkian? "É dirigido para um público geral, mas instruído. Isto é, dirige-se exactamente ao mesmo tipo de pessoas a que Galileu tentou chegar quando publicou o seu livro em 1610", refere Henrique Leitão.
Com nota de abertura do investigador belga Sven Dupré, um dos maiores especialistas mundiais no telescópio de Galileu, o livro integra um estudo e a tradução de Henrique Leitão, uma cronologia e ainda um facsimile integral da edição original do "Sidereus Nuncius", de 1610.
"É a primeira vez que se traduz esta obra em Portugal. Mas há uma tradução portuguesa feita há anos no Brasil. Aliás, é a primeira vez que se traduz integralmente uma obra de Galileu no nosso país. Antes desta só se haviam traduzido excertos de algumas obras", nota Henrique Leitão.
Investigador e professor na Universidade de Lisboa, Henrique Leitão é coordenador da comissão científica responsável pela publicação das "Obras de Pedro Nunes", pela Academia das Ciências de Lisboa e pela Fundação Calouste Gulbenkian. Colabora regularmente com a Biblioteca Nacional de Portugal, onde já comissariou quatro exposições e onde dirige o projecto de catalogação dos manuscritos científico. Henrique Leitão é membro de várias sociedades científicas portuguesas e estrangeiras, entre as quais a Academia das Ciências de Lisboa, a Academia de Marinha, a Académie Internationale d’Histoire des Sciences, a European Society for the History of Science (membro do «Scientific Board») e a History of Science Society.
O Ano Internacional de Astronomia (www.astronomia2009.org) é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Maravilha
Conviver de maneira próxima com adolescentes é sempre muito divertido. Eles são 'fresh', tendem a ser menos preconceituosos, mais abertos às novidades e nos fazem pensar e repensar muitas coisas. O tema dos últimos dias foi conquista e namoro. Divertido, não?
Tudo começou com uma conversa entre minha filha e sua melhor amiga, ambas com catorze anos, quando voltávamos de uma pizza na Lagoa (da Conceição, em Florianópolis). Conversa vai, conversa vem, eis que uma diz: "depois daquela história de entrar no MSN dizendo 'bom dia maravilha!', surtei. Achei o cara tão ridículo, tão nada a ver, que decidi terminar tudo naquele momento mesmo".
Perguntei, intrigada, se o que o que a incomodava era o fato de ele ser ridículo mesmo ou se era o fato de tê-la elogiado - de uma forma talvez um pouco exagerada, ou até mesmo cafoninha, mas, ainda assim, um elogio. Como conheço a personagem em questão, afirmo com certeza, de que se trata de um menino doce, educado, daqueles que qualquer mãe acha uma graça; portanto, sei que não se trata de um babaquinha qualquer, do tipo conquistador de churrascaria. Ela não soube responder a minha pergunta de imediato e soltou um "sei lá, mãe! que pergunta!'.
Fiquei pensando, no quanto as pessoas, de um tempo pra cá, estão desaprendendo a conquistar, e sempre prontas a ridicularizar e rejeitar qualquer tipo de elogio. No caso de uma aproximação afetiva, especificamente, seja de amizade ou aquela mais complexa que envolve uma conquista amorosa, tem-se, de um lado, as mulheres, sempre prontas a se fazerem de superiores, inalcansáveis, e, de outro, os homens cada vez menos hábeis e grosseiros.
No caso feminino, esse comportamento não está associado à feminilidade, ao charme, à delicadeza e ao mistério de outros tempos. Não. Em alguns casos, está muito mais próximo a um terrível problema de auto-estima que assola todas aquelas que não se sentem enquadradas exatamente no tipo sexy/ provocante - que podem ser de todos os tipos, é bom que se diga: altas, baixas, magras e gordas, inteligentes ou menos privilegiadas. Independe. Portanto, falo das mulheres comuns, daquelas que não chamam atenção necessariamente por sua aparência ou comportamento ruidoso e/ ou espalhafatoso. Quando um homem se aproxima com uma conversa um pouco mais envolvente, ou faz um elogio, opa! perigo, deve estar querendo me sacanear, se exibir para os amigos, ou, na pior e mais sombria das hipóteses, vai me conquistar e partir meu coração.
Do outro lado temos os homens...Ah, os homens...Estão se tornando tão grosseiros, tão utilitaristas em relação às mulheres...Morro de pena de todos aqueles que ainda guardam em si uma alma romântica, dos cavalheiros, dos poetas, dos gentis homens...Acreditem, mulheres (e homens), eles existem. Tenho um longo currículo de amigos de uma vida inteira, além de um irmão canceriano, um filho libriano, sem contar o marido aquariano. Tenho especial apreço pelas amizades masculinas. Homens amigos são fiéis, leais, nos amam sem restrições, são gentis, não se furtam a mostrar seu lado mais frágil e nos deixam cuidar deles. Isso mesmo, cuidar. Homens de verdade, com H, adoram ser cuidados. E uma mulher de verdade, com M, também gosta de cuidar. Não adianta dizer o contrário, a natureza sempre fala mais alto.
Tenho uma amizade masculina, em especial, que já completou 25 anos. Ou seja, já fiz bodas de prata com este amigo antes de fazer com o meu próprio marido! Nos chamamos, carinhosamente, de meu velho e minha velha, pois temos a certeza de que envelheceremos juntos - aliás, sabíamos disso desde que éramos adolescentes. Já moramos perto e longe, já tivemos alegrias e decepções amorosas aos montes - no caso dele, já casou e descasou - enfim, é a história de uma relação homem e mulher de muito sucesso. É bom que se diga que meu marido tornou-se amigo dele também e convive afetiva e respeitosamente com a nossa velha amizade.
Comento isso porque me lembro que somos de uma geração já bem menos romântica, bem menos gentil do que a de nossos pais e avós, mas, mesmo assim, também me lembro de ter tido uma adolescência muito feliz, cheia de paqueras românticas, festinhas, ensaios de banda de rock na casa dos amigos, bilhetinhos fofos passados durante as aulas, essas coisas que valem a pena serem relembradas.
Embalados pela Blitz, Paralamas, Capital, Legião, fora o pop (ainda) romântico do The Cure, Lloyd Cole, entre outros tantos, namorávamos, sofríamos e também éramos felizes. O Paulo Ricardo (aquele mesmo do RPM) falava princesa no meio de uma canção e as meninas deliravam, o achavam o máximo. Havia uma aura de conquista que ainda pairava no ar. Se fosse hoje, acho que as adolescentes jogariam ovo nele. 'Cara ridículo. Papo de pagode baixa renda', diriam...
Ah...os tempos definitivamente são outros e eu, definitivamente, estou ficando velha. Mas, ainda assim, uma velhinha romântica, com muito orgulho.
Tudo começou com uma conversa entre minha filha e sua melhor amiga, ambas com catorze anos, quando voltávamos de uma pizza na Lagoa (da Conceição, em Florianópolis). Conversa vai, conversa vem, eis que uma diz: "depois daquela história de entrar no MSN dizendo 'bom dia maravilha!', surtei. Achei o cara tão ridículo, tão nada a ver, que decidi terminar tudo naquele momento mesmo".
Perguntei, intrigada, se o que o que a incomodava era o fato de ele ser ridículo mesmo ou se era o fato de tê-la elogiado - de uma forma talvez um pouco exagerada, ou até mesmo cafoninha, mas, ainda assim, um elogio. Como conheço a personagem em questão, afirmo com certeza, de que se trata de um menino doce, educado, daqueles que qualquer mãe acha uma graça; portanto, sei que não se trata de um babaquinha qualquer, do tipo conquistador de churrascaria. Ela não soube responder a minha pergunta de imediato e soltou um "sei lá, mãe! que pergunta!'.
Fiquei pensando, no quanto as pessoas, de um tempo pra cá, estão desaprendendo a conquistar, e sempre prontas a ridicularizar e rejeitar qualquer tipo de elogio. No caso de uma aproximação afetiva, especificamente, seja de amizade ou aquela mais complexa que envolve uma conquista amorosa, tem-se, de um lado, as mulheres, sempre prontas a se fazerem de superiores, inalcansáveis, e, de outro, os homens cada vez menos hábeis e grosseiros.
No caso feminino, esse comportamento não está associado à feminilidade, ao charme, à delicadeza e ao mistério de outros tempos. Não. Em alguns casos, está muito mais próximo a um terrível problema de auto-estima que assola todas aquelas que não se sentem enquadradas exatamente no tipo sexy/ provocante - que podem ser de todos os tipos, é bom que se diga: altas, baixas, magras e gordas, inteligentes ou menos privilegiadas. Independe. Portanto, falo das mulheres comuns, daquelas que não chamam atenção necessariamente por sua aparência ou comportamento ruidoso e/ ou espalhafatoso. Quando um homem se aproxima com uma conversa um pouco mais envolvente, ou faz um elogio, opa! perigo, deve estar querendo me sacanear, se exibir para os amigos, ou, na pior e mais sombria das hipóteses, vai me conquistar e partir meu coração.
Do outro lado temos os homens...Ah, os homens...Estão se tornando tão grosseiros, tão utilitaristas em relação às mulheres...Morro de pena de todos aqueles que ainda guardam em si uma alma romântica, dos cavalheiros, dos poetas, dos gentis homens...Acreditem, mulheres (e homens), eles existem. Tenho um longo currículo de amigos de uma vida inteira, além de um irmão canceriano, um filho libriano, sem contar o marido aquariano. Tenho especial apreço pelas amizades masculinas. Homens amigos são fiéis, leais, nos amam sem restrições, são gentis, não se furtam a mostrar seu lado mais frágil e nos deixam cuidar deles. Isso mesmo, cuidar. Homens de verdade, com H, adoram ser cuidados. E uma mulher de verdade, com M, também gosta de cuidar. Não adianta dizer o contrário, a natureza sempre fala mais alto.
Tenho uma amizade masculina, em especial, que já completou 25 anos. Ou seja, já fiz bodas de prata com este amigo antes de fazer com o meu próprio marido! Nos chamamos, carinhosamente, de meu velho e minha velha, pois temos a certeza de que envelheceremos juntos - aliás, sabíamos disso desde que éramos adolescentes. Já moramos perto e longe, já tivemos alegrias e decepções amorosas aos montes - no caso dele, já casou e descasou - enfim, é a história de uma relação homem e mulher de muito sucesso. É bom que se diga que meu marido tornou-se amigo dele também e convive afetiva e respeitosamente com a nossa velha amizade.
Comento isso porque me lembro que somos de uma geração já bem menos romântica, bem menos gentil do que a de nossos pais e avós, mas, mesmo assim, também me lembro de ter tido uma adolescência muito feliz, cheia de paqueras românticas, festinhas, ensaios de banda de rock na casa dos amigos, bilhetinhos fofos passados durante as aulas, essas coisas que valem a pena serem relembradas.
Embalados pela Blitz, Paralamas, Capital, Legião, fora o pop (ainda) romântico do The Cure, Lloyd Cole, entre outros tantos, namorávamos, sofríamos e também éramos felizes. O Paulo Ricardo (aquele mesmo do RPM) falava princesa no meio de uma canção e as meninas deliravam, o achavam o máximo. Havia uma aura de conquista que ainda pairava no ar. Se fosse hoje, acho que as adolescentes jogariam ovo nele. 'Cara ridículo. Papo de pagode baixa renda', diriam...
Ah...os tempos definitivamente são outros e eu, definitivamente, estou ficando velha. Mas, ainda assim, uma velhinha romântica, com muito orgulho.
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